7 de agosto de 2016

Desperdício de alimentos e a fome

Objetivos

Identificar as perdas e o desperdício de alimentos em diferentes etapas da produção. 
Enumerar os alimentos mais descartados por perdas ou desperdício, ao longo da cadeia produtiva.
Explicar as causas e as consequências das perdas e do desperdício de alimentos.
Apontar medidas sustentáveis para minimizar as perdas e o desperdício de alimentos em diferentes etapas da cadeia produtiva.

Estratégias

As atividades serão desenvolvidas através de estudos individuais e em grupos, discussão em pequenos e grandes grupos, estudo e produção de textos, montagem e apresentação de trabalhos, exibição e produção de vídeos, seminários, pesquisa de campo, coleta e tabulação de dados, produção de relatório de pesquisa.

Texto informativo

Desperdício de alimentos e o descarte ou inutilização de qualquer substância alimentar, independentemente do ato de estar crua ou cozida.

Um terço de toda a comida produzida no mundo vai para o lixo. Há perdas no campo, no transporte, no armazenamento e no processo culinário. Por outro lado, 870 milhões de pessoas vivem na insegurança alimentar. Todos os dias, uma de cada oito vai dormir com fome. Reduzir o desperdício pode mudar essa equação, porque o problema da fome não é a falta de alimento, é a falta de gestão pública e privada. Cada um pode fazer sua parte para uma balança mais justa. 

Mudar o hábito das pessoas pode ser difícil como parece, mas não impossível se houver uma grande mobilização. Uma gastronomia sustentável envolve uma serie de fatores, mas se pudermos resumir, seria basicamente evitar desperdício, saber de onde vem o que estamos comendo, e evitar produtos em extinção. a mudança começa com pequenas ações no dia a dia, como por exemplo, colocar apenas o que for consumir ao servir seu prato em casa e nos restaurantes.

Os números são eloquentes e escandalosos, embora fiquem camuflados por causa de velhos hábitos de consumo. Nacionalmente, fazem parte desse desperdício, por exemplo, um volume de talos e cascas que não são usados (e poderiam ser), folhas e frutas machucadas e sobras de pão, café, arroz e feijão.

Ao mesmo tempo em que tantos alimentos são desperdiçados, temos também o desperdício de água, terras cultiváveis, insumos agrícolas, tempo de trabalho e qualquer outra coisa usada na produção dos mesmos. A partir do momento em que tantos recursos estão sendo desperdiçados, os produtores também estão perdendo muito dinheiro.

Fome significa não dispor dos alimentos adequados, em quantidade suficiente, para satisfazer as necessidades corporais. Ela é causada pela má distribuição de renda, o que faz com que muitos não possam ter acesso ao alimento por motivos financeiros, e não naturais. A fome transforma o corpo no reino da doença e da dor.

Quando uma pessoa não se alimenta, ela deixa de fornecer ao corpo a energia garantida pela glicose. Com baixos índices de glicose (a energia), o cérebro vai perdendo sua capacidade de comandar o corpo. Surgem então enjoos, náuseas, tonturas e a pessoa tem dificuldades para raciocinar.

Na infância, a perda de enzimas e hormônios devido à insuficiência alimentar, retarda o desenvolvimento cerebral, provocando consequências irreversíveis. Na adolescência, a perda de hormônios afeta o crescimento. Se o organismo usar seus próprios recursos até o esgotamento, a pessoa morre.

Jean Ziegler, relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, afirma que a desnutrição da mãe durante a gestação – quando o bebê deve desenvolver o conjunto de células que o constituirão como um ser dotado de todas as suas faculdades – diminui as possibilidades de que a criança nasça, pois a placenta (alimento, água, oxigênio e anticorpos do bebê instalado no útero) não escapa aos danos causados pelas carências de alimentação. Os subnutridos têm dificuldade para aprender, conseguir emprego e ser produtivo. A fome condena famílias a um círculo vicioso de saúde precária e de menos capacidade para aprender e trabalhar, gerando pobreza e morte generalizadas.

Doenças da fome

O corpo humano precisa em média de 2000 a 2500 calorias diárias, podendo variar quanto à faixa etária, atividade física, saúde e outros fatores. A redução das calorias abaixo dos valores necessários já se é vítima das consequências da subnutrição: fraco desenvolvimento físico e intelectual.

A falta de alimentos ou de uma dieta alimentar adequada pode provocar as chamadas doenças da fome:

Desnutrição: caracteriza-se por atraso no crescimento e no ganho de peso, alterações psíquicas e motoras, apatia, falta de apetite e emagrecimento.
Em certas partes do mundo, é comum ver crianças de dois ou três anos que não andam, não engatinham e não falam, em consequência da desnutrição.
As insuficiências alimentares são responsáveis por doenças como anemia, bócio, hipovitaminose A, raquitismo etc.

Anemia: é a falta de células sanguíneas vermelhas e/ou hemoglobina. Isso ocasiona a redução da habilidade do sangue transferir oxigênio para os tecidos. A hemoglobina tem que estar presente para garantir a oxigenação adequada de todos os tecidos do organismo.

Bócio Endêmico: doença caracterizada pela deficiência de iodo nos alimentos e na água. O bócio é uma doença definida pela hipertrofia da glândula tireoide e sua manifestação mais marcante é o aumento de volume na região do pescoço conhecida popularmente como “papo” ou “papeira”.

Hipovitaminose A: a vitamina A é uma vitamina lipossolúvel (se dissolve na gordura do corpo e precisa da gordura para agir). A cegueira noturna é a principal manifestação da carência da vitamina A. Essa vitamina tem a função antioxidante. Ela se fixa aos chamados radicais livres que se originam da oxidação de diversos elementos. Esses radicais livres teriam um efeito nocivo para as células e são tidos como causadores de arteriosclerose, catarata, tumores, doenças da pele e doenças reumáticas.

Raquitismo: é uma doença da infância produzida por distúrbios do metabolismo do cálcio e do fósforo, por efeito de carência de vitamina D, e que se manifesta principalmente por alterações e deformidades do esqueleto.

Sugestões de atividades

A seguir sugerimos algumas atividades para explorar o tema de forma dinâmica. Fica a critério do professor a escolha e a organização das mesmas conforme o conteúdo a ser trabalhado.

Atividade 01 - projeção de imagens

Inicio da aula, projetar imagens de desperdício de alimentos como as sugeridas abaixo:




Depois de projetar as imagens, estabelecer um diálogo com os alunos, a partir de perguntas, como as apontadas a seguir:

1.     O que as imagens representam para vocês?
2.     Com quais imagens vocês se identificam? Por quê?
3.     Que título vocês dariam para esta apresentação?
4.     O que cada um de nós tem a ver com estas situações?
5.     A quem responsabilizar por situações como estas?

Atividade 02 - vídeo

Selecione um dos links abaixo para assistir o vídeo sobre o desperdício de alimentos.

1. Globo Repórter - Desperdício de alimentos
    https://youtu.be/WBFbLkD9F3s

2. Momento Ambiental - Desperdício de alimento
    https://youtu.be/BgZyNWl4ptc

3. Desperdício de comida - quem paga essa conta
    https://youtu.be/8d-IbTYlQz4

Cada aluno poderá acessar o vídeo em seu celular, caso essa opção não seja viável o professor poderá projetá-lo utilizando o data show. Após a visualização do vídeo, o professor deverá pedir aos alunos que escrevam as impressões que tiveram do vídeo.

Questões para discussão
 
Quais são as etapas das perdas e do desperdício de alimentos?
Por que frutas e verduras estragam e são descartadas?
Quanto do alimento que compramos vai para o lixo?Porque isso acontece?
O que poderia ser feito para reduzir as perdas nesse contexto?

Atividade 03 - Trabalho em grupo (pesquisa, debate, painel):

Dividir a turma em grupos de 03 ou 04 alunos.
Buscar na imprensa – jornais, revistas, noticiários de TV, artigos e reportagens na internet, informações sobre a crise alimentar no Brasil.
Os alunos deverão socializar com o grupo as informações coletadas.
Discussão do tema e produção de texto sobre as conclusões do grupo.
Exposição das conclusões dos grupos e debate.
Após o debate, organize na escola um mural coletivo, contendo as conclusões do debate em pequenos textos ou frases, além de imagens, reportagens, charges, etc.

Atividade 04 – Análise e ilustração da música “Meu país”
Zezé di Camargo & Luciano.

Esta atividade poderá ser realizada após estudo da crise alimentar.

Meu país

Aqui não falta sol
Aqui não falta chuva
A terra faz brotar qualquer semente
Se a mão de Deus
Protege e molha o nosso chão
Por que será que tá faltando pão?
Se a natureza nunca reclamou da gente
Do corte do machado, a foice, o fogo ardente.

Se nessa terra tudo que se planta dá
Que é que há meu país?
O que é que há?
Se nessa terra tudo que se planta dá
Que é que há meu país?
O que é que há?

Tem alguém levando lucro
Tem alguém colhendo o fruto
Sem saber o que é plantar
Tá faltando consciência
Tá sobrando paciência
Tá faltando alguém gritar

Feito um trem desgovernado
Quem trabalha tá ferrado
Nas mãos de quem só engana
Feito mal que não tem cura
Estão levando à loucura
O país que a gente ama

Feito mal que não tem cura
Estão levando à loucura
O Brasil que a gente ama
         
Ouvir a música em sala de aula, acompanhando a letra.

Levantar questionamentos buscando relacionar a crise alimentar com o conteúdo da música.
Dividir os alunos em grupos, cada grupo será responsável pela ilustração de uma parte da música. A ilustração pode ser realizada com desenhos, figuras, fotos, etc.
Expor as ilustrações em mural, observando a sequência da música.

Atividade 05 – entrevista

Faça uma entrevista na sua comunidade com integrantes da Pastoral da Criança e descubra o que tem sido feito para combater a subnutrição.socialize o resultado com a turma.

Atividade 06 – aula prática

As cascastalossementes,  folhas dos vegetais e frutas que costumamos desprezar podem ser muito saudáveis. "As partes não convencionais dos alimentos possuem um rico valor nutricional, ou seja, a quantidade de vitaminas, sais minerais e proteínas concentradas podem aparecer até em quantidade maior do que na parte costumeiramente utilizada", observa a nutricionista Lenita Borba do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. 

Aproveitar as frutas e vegetais ao máximo é cada vez mais importante em um mundo onde 1,3 bilhão de toneladas de alimentos é desperdiçado anualmente de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Confira quais as partes de alimentos que você deve parar de jogar no lixo e passar a colocar na panela, conheça os seus benefícios para a saúde e aprenda receitas saborosas com eles.


Sugestões de videos

Reaproveitamento de alimentos
https://youtu.be/d6jZvF1xGTM