Definimos como impacto ambiental qualquer alteração que aconteça no meio ambiente e cause modificações nas propriedades químicas, físicas e até biológicas desse local.
Quando causamos danos negativos ao ambiente, é difícil compreender e prever os impactos dessas ações no que diz respeito à saúde humana.
Os humanos vêm presenciando um avanço de doenças infecciosas que se tornaram ameaças globais à saúde pública, ceifando vidas e impactando a economia global. Exemplos dessas doenças são influenza, gripe espanhola, gripe suína, gripe aviária, Aids e ebola. Essas enfermidades têm em comum o fato de serem zoonoses, ou seja, se originaram em animais silvestres ou domésticos e se espalharam para humanos.
A explicação para o aumento das zoonoses está em outro aspecto das sociedades modernas que se intensificou nas últimas décadas. Atividades como o desmatamento, a caça, a pecuária e a mineração nos colocam em contato com animais selvagens e nos expõem a vírus e bactérias que eles podem carregar.
Segundo
o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 60% das doenças
infecciosas humanas são de origem animal, uma porcentagem que chega a 75% no
caso das chamadas doenças “emergentes”, como ebola, aids, gripe aviária, SARS
ou Zika.
A pandemia de coronavírus
poderia ser um novo capítulo do livro Spillover – Animal Infections and the
Next Human Pandemic, do escritor americano especialista em ciência e natureza
David Quammen.
Na obra, publicada em
2012 e só agora traduzida no Brasil, o autor retrata como vírus e bactérias que
infectam animais selvagens ou domésticos conseguem “pular” para a espécie
humana, causando doenças...
Spillover é um termo em inglês que pode ser traduzido como transbordamento e é usado no contexto da ecologia para dizer que um vírus ou micróbio conseguiu se adaptar e migrar de uma espécie de hospede para outra.
O
livro é uma investigação detalhada de Quammen, que viajou o mundo e entrevistou
dezenas de cientistas, sobre zoonoses que viraram doenças humanas, umas mais ou
outras menos bem-sucedidas. Começa com o vírus Hendra, que saltou de cavalos
para homens na Austrália em meados dos anos 1990, mas tem sua origem em
morcegos, e vai até a gripe, que vem de aves podendo fazer um estágio em outras
espécies como porcos.
Morcegos, aliás, parecem
ser um dos principais reservatórios para vírus potencialmente terríveis ao ser
humano. O coronavírus não é uma exceção. E a solução, antes que alguém pense em
exterminá-los, está, pelo contrário, em respeitarmos mais seu hábitat. Porque,
como Quammen e outros experts afirmam, as pandemias originárias de zoonoses
nada mais são que um reflexo das intervenções do homem no meio ambiente. No
anseio para se expandir, a humanidade invade o terreno alheio — e traz
problemas de lá.
De onde esses vírus
pulam? Eles pulam de animais em que há muito tempo permaneceram, encontraram
segurança e ocasionalmente ficaram presos. (…)
O Hantavírus [que pode causar febre hemorrágica] pula de roedores. Lassa [vírus que também provoca febre hemorrágica] também pula de roedores. O vírus da febre amarela salta de macacos (…) os influenza [causadores da gripe] pulam de pássaros selvagens para aves domésticas e depois para pessoas, às vezes após uma transformação em porcos. O sarampo pode ter saltado para dentro de nós a partir de ovelhas e cabras domesticadas. O HIV-1 entrou em nosso caminho a partir de chimpanzés. Assim, há uma certa diversidade de origens. Mas uma grande fração de todos os novos vírus assustadores (…) vêm pulando para nós de morcegos. E aí o escritor lista uma série de inimigos microscópicos que vieram originalmente desses mamíferos.
Fonte da pesquisa
https://acoescovid19.unifesspa.edu.br
Impactos ambientais antrópicos e o surgimento de pandemias
https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-pandemia-zoonose/
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