A introdução do
vídeo na sala de aula altera a relação aluno/professor, criando novas
expectativas em relação à postura pedagógica tradicional.
O vídeo aproxima a sala de aula do cotidiano,
das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, introduz
novas questões no processo educacional, explora também o ver, o
visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores
e as relações
espaciais.
Nessas circunstâncias, como utilizar o vídeo adequadamente?
Algumas das possibilidades estão colocadas no roteiro a seguir.
PROPOSTAS DE UTILIZAÇÃO DE VÍDEOS COMO:
SENSIBILIZAÇÃO - Introduzir um novo assunto para despertar a curiosidade, a motivação
para novos temas.
ILUSTRAÇÃO - Ajuda a mostrar cenários desconhecidos dos alunos.
SIMULAÇÃO - Simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou
que exigiriam muito tempo e recursos.
CONTEÚDO DE ENSINO - Mostra determinado assunto de forma direta ou indireta.
PRODUÇÃO - Como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de
experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do
professor, dos alunos e dos futuros alunos.
AVALIAÇÃO - Dos alunos, do professor, do processo.
ESPELHO - O vídeo-espelho é de grande utilidade para análise do grupo e dos papéis
de cada um do ponto de vista participativo.
INTEGRAÇÃO/SUPORTE DE OUTRAS
MÍDIAS - Interagir com outras mídias como o computador, o CD-ROM, com os
videogames, com a Internet.
USOS INADEQUADOS DO VÌDEO EM AULA
VÍDEO-TAPA BURACO - Colocar vídeo quando há um problema inesperado,
como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil,
mas se for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa - na
cabeça do aluno - a não ter aula.
VÍDEO-ENROLAÇÃO - Exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O
aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar
na hora, mas discorda do seu mau uso.
VÍDEO-DESLUMBRAMENTO - O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo
costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras
dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e
empobrece as aulas.
SÓ VÍDEO - Não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.
- Que história é contada (reconstrução da história)
- O que lhe chamou atenção visualmente
- Que idéias passam claramente o programa (o que diz claramente esta história)
- O que contam e representam os personagens
- Modelo de sociedade apresentado
- Ideologia do programa
- Valores afirmados e negados pelo programa (como são apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo)
- Como cada participante julga esses valores (concordâncias e discordâncias nos sistemas de valores envolvidos).
Artigo publicado na revista Comunicação & Educação.
Autor: José Manuel Moran